• Arcanos do Prazer

    Era 1783, Anno Domini, quando os céus se tornaram cinzentos e o nome de Selmara voltou a ser sussurrado com temor pelos lábios rachados dos aldeões. Selmara vivia naquela mesma casa, próxima à floresta, quase na saída do vilarejo a caminho do castelo de Nebelheim — reino incrustado no coração do agora decadente e confuso Sacro Império Romano-Germânico. Os aldeões nutriam por Selmara um misto de tesão e medo. Era uma mulher de beleza indiscutível; seus trajes, sempre negros e ajustados ao corpo, despertavam a imaginação dos homens da vila. Por outro lado, diziam com convicção que ela praticava artes mágicas e místicas, e que era capaz de invocar demônios. Algumas…

  • Branca de Neve

    *Esse conto decorre das histórias de Willian, o bruxo-bibliotecário retratado nas séries Cetro de Manfred. Decidi criar uma série separada para este novo item mágico: O Livro das Princesas, Feiticeiras e Fadas. Finalmente chegou o pacote que eu tanto esperava. Na portaria do prédio, falo com o porteiro e assino o caderno com o protocolo. Estou ansioso — tanto quanto no dia em que busquei o Cetro de Manfred no antiquário. Com o pacote, corro para dentro do apartamento. Abro o envelope com pressa e ali está: O Livro das Princesas, Fadas e Feiticeiras, de Victor Manfred. Quem vê, pensa que é um livro de gravuras de contos de fadas…

  • Dama Preta

    Nota do autor: Este conto é uma continuação desse aqui, e contém spoilers dele: https://castelosdaluxuria.blog/?p=27 Se você ainda não leu, recomendo ler ele primeiro e depois ler aqui se você quiser. Até também pra evitar ficar boiando aqui nessa história. Mas se quiser ler esse aqui direto e não se importar com spoilers não tem problema, acho que também vai se divertir. ( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … ) A Dama Branca não saía…

  • Margot Robbie

    Rosemary Diaz olhou o relógio na parede: 9h12. Aos 35 anos, a psicóloga já estava acostumada com a rotina matinal, e o café preto em sua xícara era quase uma extensão de si mesma. Loira, de olhos azuis penetrantes e extremamente bonita, sua aparência era impecável, mas ela nunca permitia que isso a distraísse. O que importava ali, na quietude da manhã, era o controle que exercia sobre sua mente e seus pacientes. O novo paciente chegaria às 9h30. “Jean, 40 anos…” Um caso como outro qualquer, pensou, mas, como sempre, ela não se deixava enganar por primeiras impressões. Sabia o que ele traria: traumas, frustrações, inseguranças. Rosemary, porém, não…