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Branca de Neve
*Esse conto decorre das histórias de Willian, o bruxo-bibliotecário retratado nas séries Cetro de Manfred. Decidi criar uma série separada para este novo item mágico: O Livro das Princesas, Feiticeiras e Fadas. Finalmente chegou o pacote que eu tanto esperava. Na portaria do prédio, falo com o porteiro e assino o caderno com o protocolo. Estou ansioso — tanto quanto no dia em que busquei o Cetro de Manfred no antiquário. Com o pacote, corro para dentro do apartamento. Abro o envelope com pressa e ali está: O Livro das Princesas, Fadas e Feiticeiras, de Victor Manfred. Quem vê, pensa que é um livro de gravuras de contos de fadas…
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A mulher perfeita
Esse conto faz parte de uma série, que pode ser lida aqui: https://castelosdaluxuria.blog/?cat=149 O som da chuva batendo nas janelas era como uma canção hipnótica naquela tarde de sábado.Jean e Lumina, depois de semanas intensas vivendo dias e noites de prazer desenfreado, finalmente tinham decidido tirar um dia de folga.Nada de festas, nada de orgias — apenas eles dois, jogados no sofá, sob uma manta macia, trocando carícias preguiçosas e sorrisos cúmplices.O dia ia escurecendo devagar, e a lareira lançava sombras douradas pelas paredes. Lumina se esticou languidamente, como uma gata satisfeita em seu vestido florido, e Jean aproveitou para deslizar a mão pelas coxas dela, sem nenhuma pressa. Foi…
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Verônica Véspera
— Irmãos, eu preciso alertá-los. O diabo está ao nosso redor tentando nos fazer cair. — Numa igreja neopentecostal num bairro periférico da cidade, pastor Carlos conduz sua pregação. — Não pensem que ele vai aparecer vermelho, chifrudo e com cauda, senão vocês correriam dele. Ele vai aparecer como uma coisa bela, inocente, e você vai dando vazão pra ele entrar na sua vida. Uma plateia atenta acompanha cada palavra, concordando com a advertência. Pastor Carlos agora tem 28 anos e é um jovem pastor promissor naquela instituição religiosa. Aos 22, largou a “vida errada”, substituiu os amigos antigos, as bebedeiras, as farras, as mulheres por algo maior. Na instituição,…
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Bispos Brancos
Este conto faz parte de uma série de outros contos e é uma continuação. Recomendo que leia os contos anteriores: https://castelosdaluxuria.blog/?cat=111 Depois que a magia realizou meu encontro com a Dama Branca e a Dama Preta, devo confessar que me senti vivo. Os meus próprios colegas de trabalho notavam o sorriso no rosto, uma alegria e realização indisfarçáveis. Eu, Willian, um bruxo medíocre, percorri os passos de um bruxo de verdade, Victor Manfred. Analisando seus escritos e muitas anotações que ele fazia em livros de xadrez diversos, notei que ele não era nada maluco, mas usava magia para ter experiências sexuais fantásticas, materializando as damas do tabuleiro de xadrez. Eu…
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O Método Manfred
Você já imaginou poder deixar qualquer mulher louca pra transar com você apenas dizendo uma única frase? Me chamo Eduardo Lemos, 35 anos, contador de segunda a sexta, separado aos sábados e domingos. Acordo todo dia às 6h, tomo café olhando pra parede da cozinha e passo o resto do tempo tentando não explodir dentro daquele escritório amaldiçoado onde trabalho. O nome do lugar? “Excelência Fiscal”. Ironia pouca é bobagem. Minha chefe, Katarina, tem 45 anos, se veste como se fosse fazer um desfile toda manhã, e fala comigo como quem dá bronca num cachorro que fez xixi fora do tapete. Ela é linda, mas isso não importa quando a…
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Dama Branca e Dama Preta
Esse conto faz parte da série Cetro de Manfred, recomenda-se a leitura deles na ordem: https://castelosdaluxuria.blog/?cat=111 *************************** Willian lembra como se fosse hoje. Na primeira biblioteca em que trabalhou, quando ainda estava no estágio, uma madame chegou com uma caixa enorme. Havia um mix de literatura, livros de misticismo e muitos, muitos livros de xadrez. Ao analisar o material que estava sendo doado, ele fez uma pesquisa rápida na internet, descobrindo quem era o dono do material. — Ei… — disse Willian. — Esse material todo é de Victor Manfred? — Victor Manfred foi meu tio-avô — respondeu a mulher. — Estamos alugando a antiga casa dele para um restaurante.…
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Leite Moça
Nota do autor: Este conto é uma continuação e contém spoilers desse aqui: https://castelosdaluxuria.blog/?p=26 Rosemary Diaz olhou o relógio na parede: 9h26. Aos 35 anos, a psicóloga não conseguia parar de pensar nos próximos pacientes, e o café preto em sua xícara era uma necessidade para quem não conseguiu pegar no sono na noite anterior de tanta ansiedade. Dessa vez, a compulsão por café tinha o reforço de uma lata de leite condensado. Quando Rosemary ficava muito ansiosa, tinha muita vontade de doce. Por isso, hoje ela também tinha trazido uma lata de leite condensado, acompanhada do abridor de latas. Um furinho de cada lado fazia o líquido fluir melhor;…
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Dama Preta
Nota do autor: Este conto é uma continuação desse aqui, e contém spoilers dele: https://castelosdaluxuria.blog/?p=27 Se você ainda não leu, recomendo ler ele primeiro e depois ler aqui se você quiser. Até também pra evitar ficar boiando aqui nessa história. Mas se quiser ler esse aqui direto e não se importar com spoilers não tem problema, acho que também vai se divertir. ( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … )( … ) A Dama Branca não saía…
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O Negócio
Em frente à mansão, a bela e jovem loira acena para o motorista, indicando que ali é o lugar certo. — É aqui — diz Sr. Steve, homem muito bem-sucedido, por volta dos seus 50 anos. Era ali que o motorista deveria deixá-lo. Desce do carro e vai para a entrada da mansão, dá-se conta de que, na verdade, são duas loiras. A que acenava pro carro aparentava ter seus 40 anos, loira de olhos azuis, linda. Usava um elegante blazer azul, mantendo a formalidade esperada para uma corretora de imóveis de luxo. A outra, bem mais jovem, igualmente loira, de olhos igualmente azuis e de beleza similar, só que…
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Margot Robbie
Rosemary Diaz olhou o relógio na parede: 9h12. Aos 35 anos, a psicóloga já estava acostumada com a rotina matinal, e o café preto em sua xícara era quase uma extensão de si mesma. Loira, de olhos azuis penetrantes e extremamente bonita, sua aparência era impecável, mas ela nunca permitia que isso a distraísse. O que importava ali, na quietude da manhã, era o controle que exercia sobre sua mente e seus pacientes. O novo paciente chegaria às 9h30. “Jean, 40 anos…” Um caso como outro qualquer, pensou, mas, como sempre, ela não se deixava enganar por primeiras impressões. Sabia o que ele traria: traumas, frustrações, inseguranças. Rosemary, porém, não…