Cetro de Manfred

Dama Branca e Dama Preta

Esse conto faz parte da série Cetro de Manfred, recomenda-se a leitura deles na ordem: https://castelosdaluxuria.blog/?cat=111

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Willian lembra como se fosse hoje. Na primeira biblioteca em que trabalhou, quando ainda estava no estágio, uma madame chegou com uma caixa enorme. Havia um mix de literatura, livros de misticismo e muitos, muitos livros de xadrez. Ao analisar o material que estava sendo doado, ele fez uma pesquisa rápida na internet, descobrindo quem era o dono do material.

— Ei… — disse Willian. — Esse material todo é de Victor Manfred?

— Victor Manfred foi meu tio-avô — respondeu a mulher. — Estamos alugando a antiga casa dele para um restaurante. Essas coisas não podem continuar lá. Acho que, na biblioteca, seriam mais úteis.

— Sim! — disse Willian.

Até então, Willian nunca tinha ouvido falar de Victor Manfred. O dramaturgo e enxadrista caiu no jogo, depois no ostracismo — pelo menos segundo os biógrafos — e pouca gente sabia dele depois de uns anos.

— Aparentemente, seu tio-avô foi uma pessoa muito importante — seguiu Willian. — E os livros têm muitas anotações dele. Esse tipo de material é de alta qualidade para pesquisadores, mas não podemos receber aqui. A senhora deve encaminhá-lo para a biblioteca central.

A madame era a cara do descontentamento.

— Estou indo viajar — disse ela. — Não há como receber? E outra: a maior parte do que está anotado é maluquice da cabeça dele, sem valor nenhum. É ele relatando conversas com peças de xadrez, depois com anjos e personagens de contos de fadas. Uma loucura atrás da outra.

Willian resolveu ficar com o material, pensando que, dali a alguns dias, o encaminharia para a biblioteca central. Naqueles dias, porém, ele buscava um tema para seu TCC… e por que não? Willian amava xadrez, e seria legal escrever sobre um enxadrista que teve sucesso.

Com o passar dos meses, olhando o material de Victor Manfred, Willian foi percebendo um tesouro. Ele, de início, seguiu a linha do que os biógrafos diziam de Manfred: um velho que perdeu tudo nos jogos de azar e foi ficando maluco — especialmente no final da vida, em que só escrevia sobre magia em seus cadernos e anotações. Só que Willian se permitiu olhar para aqueles escritos sem preconceito. Com o tempo, foi pesquisando ele próprio sobre magia e foi percebendo que Victor Manfred não era maluco — era um aficionado que estudou magia de verdade e foi produzindo encantamentos e objetos mágicos com suas invocações. Quem lia essas coisas nos seus cadernos e livros com preconceito achava que era delírio, mas o próprio Willian experimentara na pele que não era.

Willian começou a ter Manfred como uma espécie de amigo mais velho, se guiando através dele pelo mundo da magia. Agora, com a posse do Cetro de Manfred, ele já conseguia reproduzir as magias. Tinha materializado a Dama Branca anteontem, a Dama Preta ontem, e planejava algo ousado para hoje: materializar as duas.

Pelo que tinha analisado até agora, Willian sabia que Manfred nunca tinha materializado as duas ao mesmo tempo. No canto de um livro de xadrez, Manfred anotou, referindo-se às duas damas: “Nunca ousei materializar as duas ao mesmo tempo. Elas não são amigas — certamente nunca tomariam chá juntas.” Manfred tinha seus motivos — ele já tinha uns 60 anos, e materializar uma dama de cada vez já lhe garantia diversão mais que suficiente. Mas Willian era mais jovem e tinha assistido muito mais XVideos. A curiosidade e o tesão o moviam para saber como aquelas duas damas maravilhosas reagiriam se estivessem juntas. Imaginava esse encontro. Se antecipava.

Quando chegou em casa depois do trabalho, tomou um banho, tomou um vinho e se preparou para, pela primeira vez, se aventurar com uma magia que seu mestre não ousou fazer. Colocou as duas damas, uma ao lado da outra, em frente ao tabuleiro. Pegou o Cetro e pronunciou as seguintes palavras:

— Venit Regina Alba. Venit Regina Nigra.

As luzes do apartamento piscaram e feixes brilhantes surgiram do tabuleiro. Elas se materializaram, uma em cada extremidade da sala, como que repelidas por uma força invisível.

— Ousado! Insensato, mas ousado! — disse a Dama Branca, com um sorriso que não revelava se era aprovação ou desdém.

— Imprudente! Louco! Como ousa?! — esbravejou a Dama Preta, com olhos de tempestade.

A Dama Branca estava esplendorosa em seu vestido branco. Seus cabelos loiros escorriam sobre os ombros como uma cascata de ouro, e seus olhos azuis cintilavam com uma mistura de fascínio e controle. Ela caminhava com leveza, quase flutuando, como quem pisa em outra realidade.

A Dama Preta, à distância, exibia sua raiva como um manto. Seu vestido negro parecia absorver a luz da sala; sua postura era rígida, altiva. Os olhos escuros queimavam com indignação.

— Como me trouxe aqui? Para ter com a minha adversária? — disse ela, a voz cheia de desprezo. — O que pretende com isso, jogador?

Willian, que assistia à cena como quem assiste a um eclipse, sentia-se pequeno. Mas tentou manter a postura.

— Eu… queria vê-las. Juntas.

A Dama Branca se aproximou, parando entre Willian e a rival.

— Está brincando com forças além da sua compreensão, garoto.

— Você nos deseja ao mesmo tempo? — disse a Dama Preta, zombando. — Nem sabe o que isso significa.

A Dama Branca virou-se para ela, com um brilho travesso no olhar:

— Como é bela a Dama Preta… No tabuleiro, mal consigo vê-la, porque está sempre escondida atrás dos peões… e de seus bispos.

A Dama Preta estreitou os olhos. Um momento de tensão. Mas, em vez de reagir com agressividade, ela sorriu. Um sorriso que carregava veneno e desejo na mesma medida.

— E você, tão exposta, tão… brilhante. Deve ser fácil te capturar.

— Tente. — respondeu a Dama Branca, dando um passo à frente, ficando quase colada na rival.

Willian mal respirava. A tensão entre elas era palpável, elétrica. Um duelo silencioso que parecia prestes a explodir. E explodiu.

Não em gritos, mas em um beijo. Um beijo longo, feroz, cheio de rivalidade contida, de desejo reprimido. Um beijo que fazia parecer que o mundo à volta estava em xeque.

Willian sentiu o cetro em sua mão tremer. As luzes da sala vacilaram outra vez. Ele estava duro, excitado, mas também… assombrado.

A Dama Preta se afastou do beijo, limpando os lábios com o dorso da mão, como se quisesse apagar o gesto — ou eternizá-lo.

Ela caminhou em círculo ao redor de Willian, os dedos deslizando levemente pelo cetro.

— Um peão com um cetro… — disse ela, com ironia. — Que adorável é a sua pretensão.

A Dama Branca tocou o ombro dele com delicadeza.

— Você não invocou duas damas, garoto. Nós é que viemos. Por curiosidade. Por diversão.

— E você? — disse a Dama Preta, encostando o rosto bem perto do dele. — Você é nosso joguete esta noite. Nosso peãozinho.

Willian abriu a boca para responder, mas a Dama Branca silenciou-o com um toque nos lábios.

— Sinta-se honrado — sussurrou ela. — Poucos peões chegam até aqui.

Willian prendeu a respiração.

O beijo foi uma explosão de tensão e desejo acumulado. As mãos das duas se encontraram na cintura uma da outra. Os corpos se moldaram. O som úmido do beijo ecoou pelo apartamento. Willian, já excitado desde a invocação, sentia-se pequeno — literalmente um peão diante das rainhas.

Elas o olharam ao mesmo tempo, como predadoras que avistam uma presa suculenta. A Dama Branca foi a primeira a se ajoelhar. A Dama Preta veio logo atrás.

— Ainda pensa que controla o jogo, garoto? — sussurrou a Dama Preta.

Willian tentou responder, mas tudo o que conseguiu foi soltar um gemido. As duas bocas começaram a revezar-se em seu pau duro, explorando-o com maestria, como se duelassem com línguas em vez de espadas.

A Dama Branca chupava devagar, olhos nos dele. A Dama Preta vinha por baixo, lambendo o saco, provocando gemidos abafados.

Willian apenas fechou os olhos e sentiu a sensação de duplo prazer percorrendo seu corpo. Quando reabriu os olhos, viu as duas damas à frente, se beijando e compartilhando seu pau. Agora era a Dama Preta que o devorava, colocando todo o seu pau na boca, enquanto a Dama Branca fazia um belo trabalho em suas bolas.

O pau de Willian latejava dentro da boca da Dama Preta. Ele chegou a fincar os dedos na poltrona onde estava sentado para não gozar. Ia pedir para as damas mudarem de posição, mas, antes disso, elas já sabiam o que fazer.

As damas pararam o ataque. A Dama Branca se posicionou para sentar no pau de Willian, enquanto a Dama Preta a ajudava. Willian sentiu seu pau deslizando por dentro da buceta molhada da loira. A Dama Preta se posicionou atrás dela, segurando-a pelos ombros e dando a ele o contraste das peles clara e escura propositalmente, para sua satisfação. A buceta da Dama Branca estava quentinha e apertada, dando a Willian um prazer incrível.

— Caramba, vocês trabalham ainda melhor juntas.

Elas riram. E se beijaram. E olharam fixamente para Willian. Elas subiam e desciam num ritmo delicioso e cadenciado. A intenção era fazer Willian ficar completamente louco.

— Ainda nem começamos — disse a Dama Preta, lançando um olhar de desafio para Willian.

A Dama Preta saiu de seu lugar e, enquanto a Dama Branca subia e descia, resolveu provocar ainda mais Willian mordendo sua orelha e sussurrando em seu ouvido:

— Jogador… está mexendo com forças que não conhece… espero que faça valer a pena.

Willian novamente estava quase chegando lá — na hora que não queria — mas, antes que dissesse alguma coisa, as damas já se anteciparam, promovendo uma mudança de cenário. A Dama Branca deixou seu pau e foi até a cama, puxando Willian e a Dama Preta com ela. Deitou-se, abrindo as pernas e oferecendo a buceta para ser chupada pela Dama Preta, que se ajoelhou na cama, ficando na posição “de quatro” para Willian, e começou a chupá-la.

A Dama Branca fechava os olhos de tesão, e os abria para olhar fixamente para Willian:

— Que linda a Dama Preta… sabe a hora de contra-atacar.

Willian, devagarinho, começou a meter o pau na Dama Preta. Agora o prazer era estar fudendo uma buceta deliciosa enquanto via as duas mulheres se pegando. Ele dava intensidade ao ato porque, quando metia de forma mais calma, a Dama Preta fazia um oral mais suave na Dama Branca. Mas, quando ele aumentava o ritmo e a intensidade, a Dama Preta intensificava suas investidas, fazendo a Dama Branca delirar. A dinâmica era deliciosa demais e, em poucos minutos, Willian não suportou — encheu a buceta da Dama Preta de porra. Deitou-se na cama, rodeado pelas duas mulheres, exausto e satisfeito… ele achava.

— Respire, garoto — disse a Dama Branca.

— Se acha que acabou, está enganado — completou a Dama Preta. — Ainda queremos mais de você.

Willian achava que tinha controle desse jogo, e que as damas poderiam ter essas intenções, mas sabia que tinha dado muito de si naquele ato e que o corpo, naquele momento, estava satisfeito. Mas as damas tinham um plano. E executaram.

As duas mulheres começaram a lamber as bolas de Willian e se beijar em tom intenso e provocativo. O jeito delicioso com que fizeram isso teve o efeito de dez Viagras, causando uma nova ereção.

— Hummmmm, garoto! — disse a Dama Branca. — De volta ao jogo!

— Eu… eu… eu… quero o cu de vocês — disse Willian, hesitando no começo, mas colocando em prática um plano tático agressivo, depois de ser colocado de volta no jogo.

A Dama Preta riu alto:

— Acho que sim. Acho que podemos fazer isso.

As duas se colocaram de quatro, bumbuns para cima, dando a Willian a oportunidade de escolher qual cu ele ia foder primeiro.

Willian escolheu a Dama Branca, por mera questão de padrão enxadrístico — já que as brancas jogam primeiro. A Dama Preta chupou o pau de Willian e lambeu o cu da Dama Branca para facilitar a lubrificação. Willian calmamente entrou na Dama Branca, respirando fundo. “Que tesão do caralho”, pensou. As damas trocavam beijos frenéticos e intensos. Willian começou devagar, mas, conforme ganhou confiança, percebeu que a Dama Branca suportava estocadas rápidas e intensas, fazendo-a chegar ao clímax.

— Agora é minha vez, jogador — disse a Dama Preta.

Sem nenhuma pressa, ela se posicionou de quatro. Willian entrou na Dama Preta já embalado e esqueceu de ir devagar no começo — mas ela não reclamou. Gostou. Enquanto fodia o cu da Dama Preta, a Dama Branca veio sussurrar em seu ouvido:

— Goza, garoto. Deu trabalho nos trazer até aqui. Aproveite cada segundo!

Willian gozou no cu da Dama Preta. Gozou muito. Tanto que, de tão exausto de bom sexo, deitou na cama e apagou de sono.

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Quando acordou, minutos depois, não encontrou mais as damas. Na verdade, as encontrou — já transformadas em peças, cada uma no seu canto do tabuleiro. Willian pensou se não as teria transformado de volta inconscientemente e depois adormeceu, até que viu as coisas em cima da mesa de jantar.

Três xícaras de chá. Duas vazias, que já tinham sido tomadas, e uma terceira, com o chá ainda morno. Essa era a dele. Ao lado da xícara, leu o bilhete. Pela caligrafia, dava para deduzir que foi escrito a quatro mãos:

“Você nos fez trabalhar juntas, garoto, mas não pense que controla esse jogo, nem que sabe de todos os mistérios contidos no tabuleiro. Conhecemos nosso lugar e voltamos pra ele. Por enquanto. Aproveite o chá, jogador.”

Willian olhou o tabuleiro, coçou a cabeça… e pensou:

— Será que tem mais?

 

 

 

 

 

 

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