• Arcanos do Prazer

    Era 1783, Anno Domini, quando os céus se tornaram cinzentos e o nome de Selmara voltou a ser sussurrado com temor pelos lábios rachados dos aldeões. Selmara vivia naquela mesma casa, próxima à floresta, quase na saída do vilarejo a caminho do castelo de Nebelheim — reino incrustado no coração do agora decadente e confuso Sacro Império Romano-Germânico. Os aldeões nutriam por Selmara um misto de tesão e medo. Era uma mulher de beleza indiscutível; seus trajes, sempre negros e ajustados ao corpo, despertavam a imaginação dos homens da vila. Por outro lado, diziam com convicção que ela praticava artes mágicas e místicas, e que era capaz de invocar demônios. Algumas…